Um papo com Rogério Magri, assessor político da Força Sindical

1364

Por assessoria de imprensa | Fotografia: Rogério Marques

9374Ex-ministro do Trabalho, atualmente assessor político da Força Sindical, Antônio Rogério Magri esteve em Natal para um encontro com trabalhadores rodoviários (04/03) na sede da Central em Natal. Antes, ele bateu um papo com a nossa assessoria sobre movimento sindical e as lutas da classe trabalhadora por direitos e conquistas.

“O Brasil vive um clima de confronto. O problema é que a Dilma não está cumprindo rigorosamente o que ela prometeu nas eleições”, afirmou Magri. Para ele, as medidas provisórias 664 e 665 tiram direitos dos trabalhadores. “Então, eu acho que começa a se desenhar um clima de instabilidade, mas eu penso que isso possa ser resolvido com habilidade que, lamentavelmente, a Dilma não tem. Está difícil pra ela governar o Brasil ouvindo o Lula, que não é mais presidente da República”.

“Eu vou para a rua, não para pedir o impeachment de Dilma, mas para pedir que ela cumpra rigorosamente o que prometeu para a classe operária, e não tirar direitos”.

MOVIMENTO SINDICAL

Rogério Magri afirma que o movimento sindical tem trabalhado em várias direções e luta com extrema dificuldade. “As centrais sindicais juntas vão receber este ano R$ 300 milhões. O ano passado o sistema “S” recebeu R$ 14 bilhões. Uma luta desigual com os empresários cheio de dinheiro. É Davi contra Golias. Só nos resta a paixão”.

UNIDADE

Para o assessor da Força Sindical, “as centrais tem uma unidade pela base. Cada uma com a sua matiz ideológica, mas entendendo que na hora que for preciso unificar elas se juntam. Estão juntas nesse instante contra a recessão, o desemprego e uma série de coisas. O movimento sindical vai continuar na sua luta com marcha nos estados, marcha a Brasília para combater a retirada de direitos e cobrar que Dilma cumpra suas promessas de campanha”.

“Hoje, o grande problema desse país não é a Dilma, é o Congresso Nacional conservador. Um Congresso que tem uma representatividade sindical pequena, praticamente inexistente. Temos, essencialmente, o Paulinho da Força.”

FORMAÇÃO POLÍTICA DOS TRABALHADORES

“O que o movimento sindical precisa fazer é politizar os trabalhadores na base para que tenha uma representação maior no Congresso Nacional. Isso necessariamente não passa pelo dirigente sindical. Pode ser um bom jornalista, um bom advogado que tenha compromisso com os trabalhadores. Não adianta pedir o impeachment da Dilma, por que a base parlamentar dela não vai tirar ela, tampouco, vai ficar do nosso lado.” Declarou Magri.

MEDIDAS PROVISÓRIAS

O ex-ministro aponta vários prejuízos no caso das medidas provisórias 664 e 665 serem aprovadas. “Essas medidas significam um desastre para o trabalhador. Então, o movimento precisa ter capacidade para encaminhar as lutas para combate-las. É preciso entender que o impeachment nessa hora é algo que não cabe. Se for para a rua é para cobrar o que ela prometeu. Nesse aspecto a Força sindical e demais centrais estão jogando água nesse moinho.”

DIFERENÇAS

“A luta é unificada, mas nós temos alguns cuidados. A Cut é a única central cabeça, corpo e membros. Ela é orgânica. Para você entrar na Cut tem que ser do PT. As demais centrais, como a Força Sindical, são plurais. Dentro dessa pluralidade a gente encontrou caminhos e discussão política que levam a uma visão pragmática. A Cut é a central mais ligada ao governo, por isso tem uma linguagem de apoio a esse governo. Eu nem faço tanta crítica, por que é o caminho que eles escolheram. Eu só espero que esses companheiros tenham a clareza de que na unidade pela base eles estejam juntos com todas as centrais, que é o que o trabalhador espera.”

RECADO AOS TRABALHADORES DO RN

“Quero me dirigir a todos os trabalhadores do Rio Grande do Norte dizendo que fiquem muito bem organizados, perto dos seus sindicatos. O sindicato ainda é a casa do trabalhador. Este é o verdadeiro caminho. A gente luta para que esse país cresça e seja uma grande nação”, disse Rogério Magri.