Panorama da crise em debate

791

No dia 30 de setembro passado a assessoria de imprensa do Senalba/RN bateu um papo sobre o panorama da crise brasileira com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos (SP). Confira os principais pontos da entrevista.

Segundo Pereira o Brasil precisa ter uma revolução política. “É preciso ter um trabalho muito grande para isso, então, o Brasil precisa ter uma mudança radical no comportamento de mostrar a política faz parte da vida das pessoas, elas são dominadas pela política. Nós temos um problema seríssimo no país que é a mau política, porque a política é feita para o social, para fazer o bem e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Infelizmente, no Brasil é usada ao contrário e acaba a elite dominando”.

Sobre o atual momento da crise basileira, Pereira explica que há três crises no Brasil, a política, a econômica e a social. “Essa crise social é a pior, pois se trata de uma crise moral. Eu acho que aí é que está a dificuldade de reacertar as coisas. Porque crises política e econômica nós já passamos por várias. Aprofundou a crise moral, aí é que está dificultando as outras duas. Temos que reconcertar a questão da corrupção nesse país, esse é o caminho. Não temos que ficar discutindo esse ou aquele presidente da república, temos que discutir qual o projeto político social que nós queremos. Um projeto que acabe com a corrupção. Isso não temos. O movimento sindical também não tem um projeto de Brasil. Acho que é preciso construir um projeto que tenha encaminhamentos para a questão social, o combate à corrupção e o fortalecimento da democracia”.

“É profundo os ataques aos direitos dos trabalhadores e nós temos uma presidente da república que não governa olhando para o social, ela governa olhando para o poder econômico, governa com o apoio do poder econômico, tanto que agora está fazendo a junção do Ministério do Trabalho com o Ministério da Previdência. Assim, o Ministério do Trabalho para de ter força, passa a ser simplesmente um departamento do Ministério da Previdência. Nós queremos é que o Ministério do Trabalho tenha força, tenha condições de defender os direitos e interesses dos trabalhadores. Então, prova mais uma vez que ela está fazendo a política determinada pelos banqueiros e o poder econômico”, afirma Pereira.

Ao final do bate-papo, ele afirmou que o movimento sindical precisa ser mais ator diante dos direitos dos trabalhadores, diante da política. “O movimento sindical está tendo muita tendência partidária e não de um projeto para o Brasil. Não é que eu sou contra, nós temos que fazer política, mas saber fazer política e não ficar cada um defendendo um partido, isso é um caminho errado que o movimento está fazendo. O movimento sindical não tem que defender partido, tem que defender ideologia, defender o interesse da classe operária”.