Negros são apenas 1,4% dos magistrados no Brasil, revela CNJ

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A magistratura brasileira é composta majoritariamente por homens brancos. Segundo números preliminares do Censo dos Magistrados divulgado ontem (16) pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 64% dos magistrados são do sexo masculino. Em relação à composição étnico-racial da carreira, juízes, desembargadores e ministros declararam ser brancos em 84,5% dos casos. Apenas 14% se consideram pardos, 1,4%, negros e 0,1%, indígenas.

De acordo com a pesquisa, há apenas 91 deficientes no universo da magistratura, estimado em pouco mais de 17 mil pessoas conforme o anuário estatístico do CNJ Justiça em Números, elaborado com base no ano de 2012.

O levantamento também aponta que a maioria da magistratura é casada ou está em união estável (80%) e tem filhos (76%). A idade média de juízes, desembargadores e ministros é de 45 anos. Na Justiça Federal estão os juízes mais jovens, com 42 anos, em média. Em geral, a carreira dos magistrados começa aos 31,6 anos de idade, enquanto a das magistradas começa aos 30,7 anos.

A jornada de trabalho diária dos juízes é, em média, de 9 horas e 18 minutos. Os juízes em início de carreira (substitutos) têm a maior carga horária de trabalho, com 9 horas e 37 minutos. Além do trabalho jurisdicional, 14% dos magistrados também realizam atividades docentes – 63% deles informaram possuir pós-graduação.

O coordenador do Censo, conselheiro Paulo Teixeira, ressalta que se trata da primeira pesquisa aberta aos magistrados de todo o Brasil. “Os resultados são alvissareiros, mesmo comparando-os a pesquisas realizadas nos Estados Unidos da América, Inglaterra e Canadá. A diferença é que, nesses países, as pesquisas são periódicas e realizadas há muitos anos. Esse trabalho gigantesco tende a melhorar a prestação jurisdicional”, afirmou Teixeira.

Motivação

De acordo com o CNJ, o objetivo do estudo, realizada no final do ano passado, foi identificar o perfil da magistratura brasileira, razão pela qual o questionário consultou os magistrados brasileiros sobre informações pessoais e profissionais. Dos 16.812 magistrados em atividade no País, 10.796 responderam ao questionário eletrônico proposto pelo CNJ, o que indica índice de resposta de 64%.

Fonte: Força Sindical