‘Desemprego vai gerar mais ações trabalhistas no País’

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Afirmação é de Silvia Devonald, presidenta do TRT, que se reuniu com sindicalistas da Baixada no Diário do Litoral

Trabalho escravo, terceirização, aposentadoria compulsória nos tribunais, greve na justiça do trabalho, conciliação trabalhista, custo de um processo, criação de um núcleo sindical no TRT e o crescente número de ações trabalhistas.

Esses foram alguns dos temas discutidos ontem, durante quase 3 horas, entre o movimento sindical da Baixada Santista e  a presidenta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/SP), desembargadora Silvia Devonald. O encontro foi na redação do Diário do Litoral.

A presidenta chegou ao DL por volta das 9h30, onde foi recebida pelo diretor-presidente Sérgio Souza e editora-chefe Tatyane Casemiro. Aos poucos foram chegando os dirigentes sindicais. O evento abriu as comemorações dos 17 anos do Diário do Litoral, que ocorre em 12 de novembro.

Sindicalistas falaram sobre a preocupação com o desemprego, que está aumentando a cada mês. Silvia Devonald disse que essa é uma preocupação de todo País. “O desemprego, com certeza, vai gerar aumento no número de ações trabalhistas, que hoje soma  em todo País 8.387.090 ”.

Enfatizou a necessidade dos sindicatos estimulares maiores fiscalizações nas empresas. “Em qualquer parte do mundo o sindicalismo tem muita força porque fiscalizam o trabalho de seus associados. No Brasil, essa fiscalização é necessária para evitar  o crescente número de processos. A litigiosidade é muito grande no País”, explicou a presidenta do TRT.

Greve

Sobre a greve dos servidores da Justiça do Trabalho, que durou 90 dias,  Silvia Devonald alegou que ela atrapalhou muito, e causou prejuízos aos trabalhadores e advogados. “Muitos advogados, sem lastro financeiro, tiveram que fechar suas portas. O que estava ao nosso alcance, nós fizemos”, mencionou.

Em relação à morosidade da justiça, a presidenta do TRT disse que, em termo de recursos, o TRT/SP está bastante ágil. O julgamento sai  entre 3 a 4 meses, o que antes levava de 5 a 6 anos. Houve uma grande evolução”.

Estiveram presentes ao encontro os sindicalistas: Herbert Passos Filho, presidente dos Químicos e diretor da Força Sindical na Baixada Santista; José Maria Félix, presidente do Sindedifícios de Santos, Valdir Pestana, presidente dos Rodoviários, Rodnei Oliveira Silva, presidente da Estiva, Luiz Augusto, diretor da CUT e presidente do Departamento de Aposentados do Sintraport; Robson Apolinário, diretor do Sintraport e mais diretores da Estiva e do Sintraport.

Valdir Pestana disse que é sempre bom ter um bate-papo informal com uma das maiores autoridades trabalhista do País. “Esses encontros são bons, diferente de quando estamos recorrendo ao TRT para julgamentos de processos e dissídios coletivos, ou mesmo em caso de greves”.

Já Herbert Passos Filho enalteceu a iniciativa do DL. “Um encontro como esse é bastante profícuo. Pudemos expor nosso ponto de vista e problemas, e a desembargadora Silvia foi bastante receptiva com todos. Foi, sem dúvida, uma oportunidade rara, de um encontro, longe do tribunal, com a desembargadora estando disposta a ouvir a todos, de forma muito atenciosa”.

“Pudemos expor à presidenta do TRT a nossa luta pela manutenção do mercado de trabalho da estiva. Ela demonstrou ter bastante conhecimento da relação capital/trabalho no porto”, disse Rodnei Oliveira da Silva, Nei.

Santos já conta com processo eletrônico

Após a reunião com sindicalistas, a presidenta do TRT/SP, Silvia Devonald, conduziu a solenidade  da inauguração do Processo Judicial Eletrônico no Fórum Trabalhista de Santos. Solenidade, às 14h30, foi prestigiada por desembargadores do TRT/SP, juízes trabalhistas da Baixada Santista, advogados trabalhistas, presidente da OAB de Santos, e servidores.

// Fonte: Força Sindical