As estimativas dos analistas de mercado para a inflação continuam a se deteriorar de forma expressiva e agora não esperam mais que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique dentro do intervalo da meta definida para o ano que vem.
De acordo com o boletim Focus, do Banco Central (BC), a mediana das previsões dos analistas para o aumento do IPCA em 2016 passou de 6,50% para 6,64%. Foi o 16º ajuste consecutivo para cima. Para 2015, a projeção saiu de uma alta de 10,04% para 10,33%. Assim, a inflação deste ano deve deixar uma “herança” maior para 2016. Os analistas também elevaram suas apostas para a alta dos preços administrados, de 17% para 17,43% em 2015, mas mantiveram a previsão para 2016 em 7% de elevação.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 de novembro, prévia da inflação do mês, subiu 0,85%, pressionado pelos preços administrados, e acumulou 10,28% em 12 meses.
O BC deve responder a essa deterioração reduzindo menos os juros no ano que vem. Segundo o Focus, a Selic deve sair dos atuais 14,25% para 13,75% até o fim de 2016, em vez de 13,25% como estimado anteriormente. Há um mês, esperava-se que a Selic terminasse o próximo ano em 13%. Naquele momento, a expectativa para a inflação de 2016 era de 6,22%, abaixo do teto da meta.
Os analistas Top 5 – que mais acertam as previsões – elevaram a estimativa para o aumento do IPCA em 2015 de 10,28% para 10,53%, mas mantiveram a previsão para 2016 em 6,98% de alta, ainda acima da mediana do mercado em geral. Ainda não alteraram o prognóstico para a Selic, que segue em 13% ao fim de 2016. As previsões são medianas de médio prazo.
Fonte: fsindical.org.br