Centrais são contra as novas regras.
A nova equipe econômica do governo federal irá se reunir na próxima segunda-feira (28) para discutir as mudanças que serão propostas na Previdência em 2016.
A reunião foi anunciada ontem (dia 22) pelo ministro Jaques Wagner (Casa Civil).
Segundo ele, o encontro será para afinar o discurso sobre as propostas, que devem incluir reformas trabalhista e tributária.
“Na volta do Natal, no dia 28, a presidente [Dilma] deve ter uma reunião com a equipe [econômica] e com os ministros do Palácio [do Planalto] para uniformizar a fala e preparar um conjunto de medidas que ela vai ter que apresentar ao Congresso no retorno”, disse Wagner.
Uma das propostas será a reforma da Previdência, segundo o ministro.
Ele, no entanto, afirmou que não pode detalhar ainda o que será apresentado porque o governo não definiu qual será o modelo adotado.
Precisamos de alternativas para retardar aposentadorias, diz novo ministro
Os estudos do governo para uma reforma da Previdência foram citados pelo novo ministro do Planejamento, Valdir Simão, na terça-feira (22), na cerimônia em que recebeu o cargo do ministro Nelson Barbosa (Fazenda).
Simão afirmou que novas medidas legislativas serão necessárias, além daquelas já enviadas ao Congresso, para buscar o equilíbrio das contas públicas.
“Em especial, para buscar o equilíbrio da Previdência Social. É preciso discutir os planos de benefícios, em especial as aposentadorias por idade e por tempo de contribuição”, afirmou.
“Precisamos discutir alternativas para retardar a entrada na inatividade. Isso pode se dar por estabelecimento de limite de idade ou por uma conjunção entre idade e tempo de contribuição.”
Barbosa já havia tratado do tema na segunda-feira, dentro da estratégia do governo de usar essa reforma para tentar reduzir a reação negativa do mercado ao novo ministro da Fazenda.
O ministro do Planejamento disse ainda esperar contar com o apoio do Congresso para aprovar essa e outras medidas fiscais que já foram enviadas, como a aprovação da CPMF.
Centrais são contra as novas regras
O anúncio das reformas previdenciária e trabalhista, que o governo federal pretende propor no ano que vem, não agradou as lideranças sindicais.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, criticou “os cortes na carne dos trabalhadores” e disse que é do Planalto a responsabilidade de enxugar a máquina pública. “Na mesma época do ano passado fomos pegos de surpresa com as alterações no seguro-desemprego e nas pensões. Não vamos admitir isso novamente”, afirmou.
A CUT informou que só irá discutir reformas nas aposentadorias e em benefícios trabalhistas no Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e Previdência Social, criado pela presidente Dilma. “Não aceitamos nada mais que isso”, disse o órgão.
O presidente do Sndnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados), Carlos Andreu Ortiz, afirmou que a categoria é contra a criação de uma idade mínima para as aposentadorias. “O 85/95 foi feito para evitar essa mudança toda proposta por Brasília. Não vamos aceitar”, disse.
Fonte: fsindical.org.br