Casos de corrupção aumentam em período eleitoral

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Mapa da Corrupção produzido na USP também revela que a organização se assemelha ao tráfico e ao terrorismo

Um projeto de pesquisa da USP utiliza ciência da computação para descobrir quais são os mecanismos das redes de corrupção do País. Luiz Gustavo de Andrade Alves, doutor em física e pós-doutorando do Departamento de MatemáticaAplicada e Estatística (SME) do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, é um dos cinco pesquisadores responsáveis pelo Mapa da Corrupção e explicou o projeto em entrevista à Rádio USP.

Foto: José Cruz / Agência Brasil via Fotos Públicas

O pós-doutorando conta que a ideia de criar um esquema que explicasse o funcionamento da corrupção surgiu a partir do grande volume de dados e informações disponíveis em matérias e notícias dos jornais. Com os nomes de políticos e banqueiros investigados por corrupção, os pesquisadores pensaram numaforma de conectar essas pessoas através de uma rede. Foram coletados 65 escândalos e 404 pessoas envolvidas. Quem for investigado pelo mesmo escândalo está conectado, e quanto mais casos de corrupção em comum, mais forte é aquela conexão entre os envolvidos.

Os dados utilizados são todos com base no que foi publicado pela mídia no período entre 1987 e 2014. Alves explica que esse período foi escolhido por questões de confiabilidade, já que, antes disso, havia pouca informação confiável da mídia e os casos de corrupção recentes, como a Lava Jato, ainda estão se desenrolando. Sobre o “mecanismo de corrupção”, ele comenta que é percebida uma periodicidade entre os casos, que ocorrem a cada quatro anos, coincidindo com o período eleitoral. Outro dado observado é que geralmente os corruptos agem em grupos pequenos, de até oito pessoas, e a conexão é exponencial, ou seja, sempre há alguém muito envolvido, outro um pouco menos e assim por diante. O especialista comenta que essa forma de organização se assemelha à do tráfico de drogas e à de grupos terroristas.

O pesquisador disponibilizou o estudo em seu site. Para acessar clique aqui.

Fonte: Jornal da USP