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Ato em defesa da Previdência reúne 10 mil pessoas em São Paulo

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Representantes das principais centrais do país realizaram, nesta quarta-feira (20), a Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, na Praça da Sé, para mobilizar bases, conscientizar a população sobre prejuízos da proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo

10 mil pessoas lotaram a Praça da Sé, em São Paulo, na manhã desta quarta-feira (20), no protesto organizado pelas centrais sindicais em defesa da Previdência / Foto: Jaélcio Santana

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Ato unificado na Praça da Sé marcou o início da resistência dos trabalhadores à reforma da Previdência e reuniu trabalhadores de diversas categorias e representantes sindicais de todo o estado de São Paulo e de diversas regiões do país que disseram não à proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro.

Miguel Torres: “Nossa luta é para que os brasileiros consigam se aposentar e para que tenhamos uma Previdência Pública forte que ofereça benefícios dignos à todos / Foto: Jaélcio Santana

As centrais sindicais – CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central, CSB, CSP-Conlutas, CGTB, Intersindical – destacaram a unidade para enfrentar a tentativa de “destruição” do sistema público de aposentadorias e sinalizaram para a construção de uma nova greve geral, para novamente derrotar as mudanças pretendidas, como foi em 2017, durante o governo Temer.

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“Lutamos por uma Previdência igualitária, justa e sem privilégios”, defendeu o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna)

A Assembleia Nacional realizada na manhã desta quarta-feira (20) – mesmo dia e hora em que o presidente entregava o projeto que altera as regras para aposentadoria ao Congresso -, reuniu 10 mil pessoas, na Praça da Sé, em São Paulo.

Os sindicalistas reafirmaram que a proposta do governo afeta a todos os trabalhadores –, os que já entraram no mercado de trabalho, os que já estão aposentados e os que ainda nem começaram a trabalhar –, e que não vão aceitar a retirada de direitos. Assim como as mudanças agora propostas nas aposentadorias, os representantes sindicais também lembraram que o governo Bolsonaro acabou com o ministério do Trabalho e ameaça ainda a existência da Justiça trabalhista.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, alertou que o governo quer impedir que os trabalhadores e as trabalhadoras se aposentem. “Vamos fortalecer ainda mais nossa luta para que os brasileiros consigam se aposentar e para que tenhamos uma Previdência Pública forte que ofereça benefícios dignos à todos”, disse Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

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O presidente da Fequimfar e 1° Secretário da Força defende uma reforma justa e sem privilégios!

Torres destacou que a unidade das centrais é um “momento único da classe trabalhadora”. “Essa reforma que foi entregue agora cedo, mostra a perversidade com que o governo Bolsonaro quer tratar a classe trabalhadora”, afirmou. Dentre as “perversividades”, segundo ele, o regime de capitalização que “retira a função pública da Previdência Social”, e também a desvinculação das aposentadorias ao salário mínimo.

O sindicalista destacou que as centrais sindicais elaboraram, em conjunto com o Dieese, um manifesto onde consideram alguns pontos importantes em defesa da Previdência e contra o fim da aposentadoria. Para conferir a íntegra do documento clique AQUI.

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Eunice Cabral, vice-presidente da Força Sindical: “A unidade do movimento sindical será determinante para resistirmos a mais este retrocesso”

Vagner Freitas, presidente da CUT, destacou que a dita “reforma” não altera apenas as regras de acesso às aposentadorias, mas fragiliza também as bases de todo o sistema da Assistência Social, responsável pelo pagamento de direitos como auxílio-saúde e pensão por invalidez, dentre outros. “Ao restringir o acesso às aposentadorias, o governo Bolsonaro fragiliza a economia da maioria esmagadora dos municípios com menos de 100 mil habitantes em todo o país, que depende da renda dos aposentados”, frisou o sindicalista.

A proposta de capitalização foi duramente atacada pelo presidente da CTB, Adílson Batista. “Que façam capitalização para os que ganham mais, mas não mexam nas aposentadorias de quem mais precisa”, afirmou ele, que também defendeu radicalizar, não apenas nas palavras de ordem, mas na atuação dos sindicatos nos locais de trabalho no sentido de construir a greve geral “para garantir a previdência para o nosso povo”.

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Danilo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical SP: “Queremos que seja feita uma reforma que não prejudique a maioria dos brasileiros que depende do benefício concedido pelo governo”

Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, destacou que esta Assembleia que reuniu o movimento sindical apontou o inicio da construção da organização de uma grave geral. “Devemos continuar nossa jornada de lutas unificados para evitar que tenhamos nossos direitos reduzidos”.

“Temos que esclarecer a população o quanto esta reforma da Previdência, apresentada pelo governo como solução, é prejudicial a todo o povo brasileiro”, afirmou Edson Carneiro (Índio), o secretário-geral da Intersindical.

Apoio dos movimentos sociais
Ao meio-dia, com sol forte, calor intenso e a Praça da Sé praticamente lotada, os movimentos sociais do campo e urbanos também manifestaram apoio aos trabalhadores contra a reforma da Previdência. “Quem não está aqui hoje é porque não está com a classe trabalhadora brasileira”, afirmou o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Paulo Rodrigues, falando também em nome da Frente Brasil Popular.

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Mônica Veloso, vice-presidente da IndustriALL, alertou que se os trabalhadores não estiverem unidos neste momento perderão direitos históricos conquistados através de muita luta!

“Não é reforma, é demolição” afirmou a professora Silvia Farraro, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e da Frente Povo Sem Medo. “Não queremos negociação, precisamos derrubar essa proposta de reforma, e vamos começar tomando às ruas no 8 de março”, data que celebra o Dia Internacional da Mulher, indicando uma possível data de uma greve geral para derrubar a proposta de Bolsonaro para as aposentadorias.

“Não tem arrego” e “organizar a greve geral” eram os gritos de ordem entoados pelos trabalhadores presentes. Para Veronica Lima, 39 anos, bancária de Belo Horizonte que veio a São Paulo para participar da assembleia, a proposta de reforma interessa apenas ao setor financeiro. “O projeto nem passou e os gerentes já estão pressionando pra gente vender títulos de previdência privada. Como é que a gente vai trabalhar até os 62 anos aguentando essa pressão por metas todo dia?”.

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Maria Auxiliadora, secretária de Políticas Públicas para as Mulheres: “As mulheres devem ocupar seu papel de protagonismo contra a proposta de reforma da Previdência do governo que representa um retrocesso aos brasileiros e brasileiras”

Já o professor Vanderlei Cordeiro, de 44 anos, que atua na rede estadual do Ceará, e viajou cerca de dois dias e meio de Fortaleza até São Paulo, fez um desafio aos parlamentares que pretendem votar a favor da reforma proposta pelo governo Bolsonaro: “Tem que chamar esses deputados pra ver se eles aguentam uma semana numa sala lotada, tendo que fazer todo esforço para ensinar os nossos adolescentes. Não temos privilégio. Privilégio quem tem são eles, com um monte de assessor laranja.”

Projeto do Governo
O projeto do governo pretende aumentar a idade mínima de aposentadoria para 62 anos para mulheres e 65 anos, para homens, além de criar um sistema de capitalização privada para a população financiar a própria aposentadoria. A proposta inclui ainda um tempo mínimo de contribuição de 20 anos ao INSS.

A saída, segundo as centrais, é mobilizar as bases contra a campanha de desinformação do governo e da mídia, que quer jogar servidores públicos contra os trabalhadores da iniciativa privada, com o suposto argumento de que a “nova previdência” vem para combater privilégios.

Agenda
As centrais sindicais se reúnem na próxima terça-feira (26) na sede do Dieese, em São Paulo, pra avaliar o ato e a proposta do governo, que já chegou ao Congresso Nacional. Os dirigentes vão definir a agenda de ações, para mobilizar as bases, esclarecer a sociedade e dialogar com os Poderes.

//Fonte: Força Sindical